segunda-feira, 29 de junho de 2009

RELEVO BRASILEIRO







Definições Importantes:

1. Bacias Sedimentares: são estruturas de relevo em que ocorrem a sedimentação dos processos erosivos.

2. Estruturas Cristalinas

2.1. Crátons: correspondem aos terrenos mais antigos e arrasados por diversas fases de erosão. Apresentam uma grande complexidade litológica, prevalecendo as rochas metamórficas do Pré-Cambriano. No Brasil correspondem às plataformas da Guianas, Sul-Amazônica e do São Francisco.

2.2. Cinturões Orogênicos: os cinturões orogênicos existentes no território brasileiro são de diversas idades ao longo do Pré-Cambriano. Esses cinturões no Brasil são o do Atlântico, o de Brasília e o Paraguai-Araguaia.

3. Agentes Internos de Relevo: correspondem às forças que dão origem as estruturas de relevo como o vulcanismo, tectonismo e abalos sísmicos.

4. Agentes Externos de Relevo: correspondem às forças de modelação das estruturas de relevo como o intemperismo físico, químico e biológico.

Obs: não confundir bacias sedimentares com planícies, ou estruturas cristalinas com planaltos.

O território brasileiro, de um modo geral, é constituído de estruturas geológicas muito antigas, apresentando, também, bacias de sedimentação recente. Essas bacias recentes datam do terciário e quaternário (Cenozóico 865 milhões de anos) e correspondem aos terrenos do Pantanal Mato-grossense, parte da bacia Amazônica e trechos do litoral nordeste e sul do país. O restante do território tem idades geológicas que vão do Paleozóico ao Mesozóico (o que significa entre 570 milhões e 225 milhões de anos), para as grandes áreas sedimentares, e ao pré-cambriano (acima de 570 milhões de anos), para os terrenos cristalinos.

As estruturas e formações rochosas são antigas, mas as formas de relevo são recentes, decorrentes do desgaste erosivo. Grande parte das rochas e estruturas do relevo brasileiro são anteriores à atual configuração do continente sul-americano, que passou a ter o formato atual depois do levantamento da cordilheira dos Andes, a partir do Mesozóico.

ERAS

PERÍODOS

ACONTECIMENTOS

Cenozóica

Quaternário

Formação de Bacias Sedimentares (B. do Pantanal)

Terciário

Formação de Bacias Sedimentares (Bacia Amazônica)

Mesozóica

Cretáceo

Formação de Bacias Sedimentares (Paranaica, Sanfranciscana, do Meio-Norte). Derrames basálticos no Sul do país e formação do planalto arenito-basáltico.

Jurássico

Triássico

Paleozóica

Permiano

Formação de Bacias Sedimentares antigas, do carvão mineral no Sul e início da formação da Bacial Sedimentar Paranaica e Sanfranciscana.

Carbonífero

Devoniano

Siluriano

Ordoviciano

Cambriano

Pré-Cambriano

Proterozóico

Formação dos Escudos Cristalinos (Brasileiro e Guiana)

Arqueozóico

Formação das Serras do Mar e da Mantiqueira

O relevo brasileiro e suas classificações

Uma das primeiras classificações para o relevo brasileiro foi proposta pelo professor Aroldo de Azevedo ( 1910-1974 ). Para ele o relevo do Brasil poderia ser classificado em grandes unidades de planaltos e planícies, com seus estudos propôs a divisão do Planalto Brasileiro em Planalto Atlântico, Planalto Central e Planalto Meridional. Essa classificação tem por base a altimetria do relevo: as planícies são áreas que alcançam 200 m de altitude; os planaltos são áreas que superam essa altitude.

O professor Aziz Nacib Ab'Sáber ( 1958 ) manteve essa divisão em planaltos e planícies, porém dividiu o Planalto Brasileiro em Planalto Central, Planalto do Maranhão-Piauí, Planalto Nordestino, Planalto do Leste e Sudeste e planalto Meridional. Esses cinco planaltos foram definidos segundo critérios geomorfológicos estruturais, ou seja, foram combinadas as formas com base em sua geologia.

Nessa classificação, os planaltos são áreas em que o processo de erosão é mais intenso do que o de sedimentação e as planícies são as áreas em que vem ocorrendo o contrário.

Uma das classificações mais atuais é do ano de 1995, de autoria do geógrafo e pesquisador Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da USP ( Universidade de São Paulo). Seu estudo fundamenta-se no grande projeto Radambrasil, um levantamento feito entre os anos de 1970 e 1985. O Radambrasil tirou diversas fotos da superfície do território brasileiro, através de um sofisticado radar acoplado em um avião. Jurandyr Ross estabelece 28 unidades de relevo, que podem ser divididas em planaltos, planícies e depressões.

1. Unidades de planaltos

1.1 - Os planaltos em bacias sedimentares são limitados por depressões periféricas ou marginais e se caracterizam por seus relevos escarpados representados por frentes de cuestas (borda escarpada e reverso suave). Nessa categoria estão os planaltos da Amazônia Oriental, os planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba e os planaltos e chapadas da bacia do Paraná.

1.2 - Os planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma constituem o resultado de ciclos erosivos variados e se caracterizam por uma série de morros e serras isolados, relacionados a intrusões graníticas, derrames vulcânicos antigos e dobramentos pré-cambrianos, a exceção do planalto e chapada dos Parecis, que é do Cretáceo (mais de 65 milhões de anos). Nessa categoria, destacam-se os planaltos residuais norte-amazônicos e os planaltos residuais sul-amazônicos.

1.3 - Os planaltos em núcleos cristalinos arqueados são representados pelo planalto da Borborema e pelo planalto sul-rio-grandense. Ambos fazem parte do cinturão orogênico da faixa Atlântica.

1.4 - Planaltos em cinturões orogênicos ocorrem nas faixas de orogenia (movimento geológico de formação de montanhas) antiga e se constituem de relevos residuais apoiados em rochas geralmente metamórficas, associadas a intrusivas. Esses planaltos situam-se em áreas de estruturas dobradas que abrangem os cinturões Paraguai-Araguaia, Brasília e Atlântico. Nesses planaltos, localizam-se inúmeras serras, geralmente associadas a resíduos de estruturas intensamente dobradas e erodidas. Nessa categoria, destacam-se:

a) os planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste, associados ao cinturão do Atlântico, sobressaindo as serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço, e as fossas tectônicas como o vale do Paraíba do Sul;

b) os planaltos e serras de Goiás e Minas, que estão ligados à faixa de dobramento do cinturão de Brasília, destacando-se as serras da Canastra e Dourada, entre outras;

c) serras residuais do Alto Paraguai que fazem parte do chamado cinturão orogênico Paraguai-Araguaia, com dois setores, um ao sul e outro ao norte do Pantanal Mato-grossense, com as denominações locais de serra da Bodoquena e Província Serrana, respectivamente.

2. Unidades de depressões

As depressões brasileiras, excetuada a amazônica ocidental, caracterizam-se por terem sido originadas por processos erosivos. Essas depressões se caracterizam ainda por possuir estruturas bastante diferenciadas, conseqüência das várias fases erosivas dos períodos geológicos. Podemos enumerar as várias depressões do território brasileiro.

3. Unidades de planícies

Correspondem geneticamente às áreas predominantemente planas, decorrentes da deposição de sedimentos recentes de origem fluvial, marinha ou lacustre. Estão geralmente associadas aos depósitos quaternários, principalmente holocênicos (de 20 mil anos atrás). Nessa categoria podemos destacar a planície do rio Amazonas, onde se situa a ilha de Marajó, a do Araguaia com a ilha de Bananal, a do Guaporé, a do Pantanal do rio Paraguai ou Mato-grossense, além das planícies das lagoas dos Patos e Mirim e as várias outras pequenas planícies e tabuleiros ao longo do litoral brasileiro.

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