segunda-feira, 29 de junho de 2009

CLIMA BRASILEIRO



Definições Gerais:

Tempo: é a condição atmosférica em um local, em determinado momento.

Clima: pode ser definido como sendo o comportamento da atmosfera ao longo do ano, é constante, ou seja, é uma sucessão dos estados de tempo.

ZCIT: Zona de Convergência Intertropical (ITCZ/ZCIT) é composta de um aglomerado de nuvens distintas, com escala de poucas centenas de quilômetros, os quais estão associadas a uma zona alongada de baixa pressão.
Trata-se do encontro dos ventos alísios de NE e SE, localizando-se entre as duas altas subtropicais dos hemisférios Norte e Sul. Nesse ponto, sofre um deslocamento sazonal (varia com a estação do ano). Situa-se em latitudes próximas ao equador, no verão do hemisfério sul, e desloca-se para latitudes do hemisfério Norte, no verão do hemisfério Norte.

Entendendo o clima

O extenso território brasileiro, a diversidade de formas de relevo, a altitude e dinâmica das correntes e massas de ar, possibilitam uma grande diversidade de climas no Brasil. Atravessado na região norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, o Brasil está situado, na maior parte do território, nas zonas de latitudes baixas -chamadas de zona intertropical- nas quais prevalecem os climas quentes e úmidos, com temperaturas médias em torno de 20 ºC. A amplitude térmica - diferenças entre as temperaturas mínimas e máximas no decorrer do ano - é baixa, em outras palavras: a variação de temperatura no território brasileiro é pequena.

Os tipos de clima

Para classificar um clima, devemos considerar os elementos do clima (temperatura, umidade, pressão atmosférica) e os fatores do clima (massas de ar, correntes marítimas, altitude, latitude e os efeitos de maritimidade/continentalidade). A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de clima do Brasil assemelha-se a criada pelo estudioso Arthur Strahler, que se baseia na origem, natureza e movimentação das correntes e massas de ar. As massas de ar podem ser quentes ou frias, e úmidas ou secas.

Climas Brasileiros

Podemos identificar no Brasil três correntes principais: equatorial, tropical e polar. De acordo com essa classificação, os tipos de clima do Brasil são os seguintes: subtropical, semi-árido, equatorial, tropical, tropical de altitude e tropical atlântico ou tropical úmido.


Climas Controlados por Massas de Ar Equatoriais e Tropicais

1. Equatorial Úmido

2. Tropical Típico (Inverno Seco e Verão Úmido)

3. Tropical Semi-Árido

4. Litorâneo Úmido

Clima Controlado por Massas de Ar Tropicais e Polares

5. Subtropical Úmido

1. Clima Equatorial Úmido

O clima Equatorial Úmido é dominado pelas mEa que afeta sobretudo o médio e o baixo Amazonas e a mEc que exerce influência na Amazônia Ocidental. A mPa também pode atingir a Amazônia provocando no local um fenômeno conhecido como friagem.

Este clima prevalece na região da Floresta Amazônica, apresentando características como temperaturas médias que oscilam entre 24º e 26º C e índice pluviométrico de médias superiores a 2.500 mm/ano (o mais alto índice referente ao regime de chuvas do território brasileiro. Em uma pequena faixa que se estende em sentido longitudinal a partir de Roraima até Rondônia, ocorre uma redução dos índices pluviométricos ocorrendo uma curta estação seca, aumentando novamente em direção ao litoral.

As chuvas são bem distribuídas durante o ano todo. Ocorrendo maior concentração no período do verão. Nas áreas considerada subúmidas há a estação seca no período compreendido entre agosto a outubro. Nessa zona considera-se mês seco o que recebe menos de 60mm de chuva.

2. Tropical Típico

O clima tropical atua nas regiões do Planalto Central, além de áreas do nordeste e do sudeste brasileiros. Este clima é caracterizado por duas estações: uma quente e úmida no período do verão e outra fria e seca no período do inverno. Apresenta temperatura média superior a 20º C. Quanto ao regime de chuvas, o índice pluviométrico anual varia entre os parâmetros de 1.000 e 1.500 mm/ano. Sofre influência da mTc, mEc e mPa.

Obs: Nas regiões mais altas circunscritas pelo planalto atlântico no sudeste, e ainda na regiões ao sul de Mato Grosso do Sul e ao norte do Paraná, o clima predominante é o chamado tropical de altitude. Este tipo de clima é caracterizado pelas médias de temperatura oscilantes entre 18º e 22º C, apresentando um regime de chuvas anuais cujo índice varia entre 1.200 e 1.800 mm/ano. Essa variante do clima Tropical Típico ocorre devido à grande influência do fator altitude.

3. Tropical Semi-Árido

O chamado clima semi-árido estende-se pelos territórios correspondentes ao sertão nordestino, incluindo o vale do Rio São Francisco, até o norte do estado de Minas Gerais. Os índices pluviométricos destas áreas são os mais baixos do país, apresentando um média inferior a 800 mm anuais, as chuvas não são apenas escassas mas irregulares, com características de torrencialidade. Em contrapartida, as temperaturas médias anuais correspondem às maiores no território brasileiro, oscilando em torno de 27º C.

O clima Semi-Árido não sofre influência determinante de nenhuma massa de ar. A corrente marítima fria de Benguela teria pequena influência sobre as áreas oceânicas próximas do litoral norte do Nordeste. Suas chuvas concentram-se no outono.

4. Litorâneo Úmido

O clima Litorâneo Úmido predomina em praticamente toda a faixa litorânea brasileira, estendendo-se desde o Rio Grande do Norte até São Paulo. Tal clima tem por temperatura média anual uma faixa de variação entre 18 e 26 C, possuindo índice pluviométrico médio variando em torno de 1.800 mm/ano.

Sofre grande influência da mTa e da mPa, que provocam chuvas concentradas no inverno.

5. Subtropical

Corresponde à faixa territorial situada abaixo do Trópico de Capricórnio , abrangendo os estados sulistas, com exceção do norte do Paraná. O clima subtropical destas regiões apresenta temperaturas médias inferiores a 20 C, com índice pluviométrico variando entre 2.000 e 1.500 mm anuais. Tal região circunscrita a essa faixa climática apresenta os invernos mais rigorosos do país, sobretudo nas áreas de maior altitude, onde inclusive podem ocorrer nevascas. Uma característica marcante é a presença das quatro estações do ano. É bastante influenciado pela mPa.

VEGETAÇÃO

Formações Arbóreas

1- Floresta Amazônica

Ocupando uma área de aproximadamente 6 milhões de km2, a Floresta Amazônica ocupa os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte norte de Goiás e Mato Grosso. Devido à sua grande biodiversidade, representa uma enorme reserva de recursos naturais, entre eles, muita riqueza mineral, além dos vegetais (cerca de 80 mil espécies) que podem ser a solução para a cura de muitas doenças e, cerca de 30 milhões de espécies animais (a maioria insetos). Também é conhecida como Hiléia brasiliensis (nome científico) e como Inferno Verde, pela sua insalubridade..

Características físicas: fechada, muito densa, sempre verde, com árvores de portes variados, muito úmida, escura, insalubre.

Órgãos estrangeiros instalados na Amazônia sob o rótulo de "científicos" têm contrabandeado espécimes de nossa flora para indústrias farmacêuticas estrangeiras as quais após patenteá-los passam a ter os "direitos" de exploração e de cobrança de royalties.

Pela sua diversificada riqueza, a região tem sido alvo de cobiça internacional, principalmente dos Estados Unidos com sua política imperialista. Alguns anos atrás o candidato à presidência daquele país, All Gore, declarou: "O Brasil pensa que a Amazônia lhe pertence, mas na realidade, ela é um patrimônio mundial".

2- Mata Atlântica

A vertente atlântica aparece revestida por intensa floresta tropical, a Mata Atlântica. A floresta apresenta árvores com alturas entre 30 e 35 metros, dando um aspecto de "fechada" quando vista do alto.

Estende-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Os primeiros colonizadores aqui chegados devastaram a Mata Atlântica em grande parte. Foi a floresta mais explorada desde os períodos coloniais para plantio de produtos tropicais, entre eles a banana e a cana-de-açúcar.

A Mata Atlântica ainda é fornecedora de madeiras de lei, como o jacarandá, a imbuia, a caviúna, o ipê etc. Essas madeiras são encontradas, também, nas matas galerias do interior do país.

3- Mata dos Pinhais (Araucárias)

A Mata das Araucárias, ou dos Pinhais, ao contrário da Floresta Amazônica, constitui uma formação aberta, homogênea, que permite facilmente a extração de madeiras (chamadas duras). Aparecem no Sul do país, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também era encontrada em São Paulo.

No Brasil, a Mata dos Pinhais, ou das Araucárias, constitui a nossa única floresta subtropical, ou temperada quente. Essa formação é a floresta mais desmatada em nosso país quando da instalação dos migrantes europeus para construção de suas casas. Entretanto, foi a zona pioneira em reflorestamento.

Além do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) que é predominante, existem outras espécies de pinheiros, além de gramíneas e samambaias.

Atualmente encontram-se praticamente extintas.

4 - Mata dos Cocais (babaçuais, carnaubais, buritis entre outros)

No Maranhão, Piauí, parte de Tocantins e Ceará, encontram-se as palmeiras babaçu, carnaúba, buriti e outras espécies, que apresentam importante valor econômico para as indústrias de óleo e de gorduras vegetais. Do babaçu extrai-se o óleo que é destinado à indústria de produtos de limpeza (sabões) e de cosméticos. Da carnaúba extrai-se a cera e, do buriti fabrica-se doce.

Apresenta-se na transição entre a Amazônia e a região Nordeste, entre os climas equatorial, semi-árido e tropical, passando a vegetação de florestal amazônica - mata dos cocais - mata atlântica.

Formações Arbustivas

5- Cerrados

O Domínio dos Cerrados abrange as chapadas e os chapadões do Planalto Brasileiro com uma área de aproximadamente 2,1 milhões de km2 dos quais, cerca de 700 mil km2 já se encontram explorados pela ação antrópica.

Trata-se de uma região tropical, de verões chuvosos e invernos secos.

As características climáticas são, em parte, responsáveis pela baixa fertilidade dos solos desse domínio: no verão, as chuvas abundantes "lavam" o solo (lixiviação), retirando seus nutrientes; no inverno, a seca prolongada tem como conseqüência altas taxas de evaporação, o que provoca acúmulo do ferro e do alumínio responsáveis pela toxidez e acidez dos solos.

Essa situação climática, também explica a impossibilidade da manutenção de uma floresta de porte.

A vegetação apresenta-se de duas formas mais dominantes:

· Árvores e arbustos (de 3 a 5 metros de altura) de caráter lenhoso;

· Gramíneas e outras ervas.

Os arbustos do cerrado adaptam-se às características do solo: troncos e galhos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas (chegando até mais 15 metros) para extrair do solo na época de seca, o líquido necessário para sua sobrevivência.

Ao contrário dos domínios florestados, o cerrado, quando desmatado através de queimadas, abriga espécies que conseguem sobreviver.

A superfície dos solos do cerrado funciona como um isolante térmico. Dessa forma, após uma queimada, muitas espécies, pouco dias depois conseguem rebrotar. As cinzas funcionam como uma importante fonte de nutrientes minerais.

6- Caatinga

Assim como a vegetação dos Cerrados, é considerada "arbustiva".

Estendem-se do Maranhão até o Norte de Minas Gerais. A vegetação de caatinga apresenta árvores baixas e arbustos que perdem as folhas nas estações secas.

Nos casos mais graves, encontramos as formações xerofíticas que substituem as folhas por espinhos para reduzir ao máximo a perda de líquido pela transpiração. As formações xerofíticas são encontradas em climas áridos e semi-áridos, onde as secas são muito prolongadas e acentuadamente rigorosas. São os cactos dos desertos, dotados de reservatórios de água e que permitem a sobrevivência vegetal mesmo nas secas mais impiedosas.

Formações Herbáceas

7- Campos

Nossas formações herbáceas são representadas pelos campos limpos, ou campos gerais, de muitos trechos do Sudeste, Centro-Oeste e Norte; todavia, predominam no Sul do país, no Rio Grande do Sul (chamados de Pampas), onde se pratica a criação de gado.

Apesar de apresentar ótimas condições para a criação de gado, nos últimos anos, outras culturas têm sido implementadas, alterando a vegetação original.

Formações Complexas e Alagadiças

8- Pantanal

O complexo vegetal do pantanal aparece a sudoeste de Mato Grosso e a Oeste de Mato Grosso do Sul, na divisa do Brasil com a Bolívia, Paraguai e Argentina, em áreas drenadas pelo rio Paraguai.

Nela encontramos variados tipos de vegetação encontrados nas demais regiões do país, tais como: campos, cerrados, caatinga e matas.

É uma vasta planície de inundação, ou seja, suas características devem-se às cheias anuais que ocorrem durante os períodos de chuvas entre novembro a abril. Essas inundações são as responsáveis por levar sedimentos contendo nutrientes as planícies alagadas, o que explica a grande diversidade de vida selvagem presente naquela região.

Entre os animais encontrados, temos aves como: garças, jaburus, socós, saracuras, colheireiros, cabeças-secas entre outras. Também encontramos répteis de grande porte, tais como: sucuri (que pode chegar até 10 metros de comprimento) e jacaré-do-pantanal. Encontramos ainda: capivaras, macacos, porcos-do-mato, veados, ariranhas e onças.

Também no pantanal encontraremos muitas fazendas de criação de gado além das fazendas de criação de jacarés em cativeiro.

9- Mangues

O mangue ou manguezal é a vegetação alagadiça dos litorais quentes e das zonas pantanosas. Situado entre a zona de transição entre o mar e a terra firme, em locais protegidos da ação direta do mar (ação abrasiva), seu aspecto é geralmente arbustivo e seu solo é lodoso e salgado.

Vegetação típica de litorais alagadiços e quentes aparece principalmente nos litorais do norte do Brasil, no Amapá e no Pará.

Devido a grande disponibilidade de nutrientes minerais e de matéria orgânica, fornecem alimento (direta ou indiretamente) para diversas espécies de peixes, moluscos e crustáceos. São conhecidos como importantes berçários para diversas espécies.

Em Alagoas, existe uma APA (Área de Proteção Ambiental) chamada de Santa Rita, nela encontra-se a Reserva Ecológica do Saco da Pedra onde podemos encontrar o mangue vermelho (Rhisophora Mangle), do tipo pneumatóforo, cujas raízes crescem eretas e emergem do solo alagado onde o oxigênio é escasso, a fim de retirá-lo do ambiente.

RELEVO BRASILEIRO







Definições Importantes:

1. Bacias Sedimentares: são estruturas de relevo em que ocorrem a sedimentação dos processos erosivos.

2. Estruturas Cristalinas

2.1. Crátons: correspondem aos terrenos mais antigos e arrasados por diversas fases de erosão. Apresentam uma grande complexidade litológica, prevalecendo as rochas metamórficas do Pré-Cambriano. No Brasil correspondem às plataformas da Guianas, Sul-Amazônica e do São Francisco.

2.2. Cinturões Orogênicos: os cinturões orogênicos existentes no território brasileiro são de diversas idades ao longo do Pré-Cambriano. Esses cinturões no Brasil são o do Atlântico, o de Brasília e o Paraguai-Araguaia.

3. Agentes Internos de Relevo: correspondem às forças que dão origem as estruturas de relevo como o vulcanismo, tectonismo e abalos sísmicos.

4. Agentes Externos de Relevo: correspondem às forças de modelação das estruturas de relevo como o intemperismo físico, químico e biológico.

Obs: não confundir bacias sedimentares com planícies, ou estruturas cristalinas com planaltos.

O território brasileiro, de um modo geral, é constituído de estruturas geológicas muito antigas, apresentando, também, bacias de sedimentação recente. Essas bacias recentes datam do terciário e quaternário (Cenozóico 865 milhões de anos) e correspondem aos terrenos do Pantanal Mato-grossense, parte da bacia Amazônica e trechos do litoral nordeste e sul do país. O restante do território tem idades geológicas que vão do Paleozóico ao Mesozóico (o que significa entre 570 milhões e 225 milhões de anos), para as grandes áreas sedimentares, e ao pré-cambriano (acima de 570 milhões de anos), para os terrenos cristalinos.

As estruturas e formações rochosas são antigas, mas as formas de relevo são recentes, decorrentes do desgaste erosivo. Grande parte das rochas e estruturas do relevo brasileiro são anteriores à atual configuração do continente sul-americano, que passou a ter o formato atual depois do levantamento da cordilheira dos Andes, a partir do Mesozóico.

ERAS

PERÍODOS

ACONTECIMENTOS

Cenozóica

Quaternário

Formação de Bacias Sedimentares (B. do Pantanal)

Terciário

Formação de Bacias Sedimentares (Bacia Amazônica)

Mesozóica

Cretáceo

Formação de Bacias Sedimentares (Paranaica, Sanfranciscana, do Meio-Norte). Derrames basálticos no Sul do país e formação do planalto arenito-basáltico.

Jurássico

Triássico

Paleozóica

Permiano

Formação de Bacias Sedimentares antigas, do carvão mineral no Sul e início da formação da Bacial Sedimentar Paranaica e Sanfranciscana.

Carbonífero

Devoniano

Siluriano

Ordoviciano

Cambriano

Pré-Cambriano

Proterozóico

Formação dos Escudos Cristalinos (Brasileiro e Guiana)

Arqueozóico

Formação das Serras do Mar e da Mantiqueira

O relevo brasileiro e suas classificações

Uma das primeiras classificações para o relevo brasileiro foi proposta pelo professor Aroldo de Azevedo ( 1910-1974 ). Para ele o relevo do Brasil poderia ser classificado em grandes unidades de planaltos e planícies, com seus estudos propôs a divisão do Planalto Brasileiro em Planalto Atlântico, Planalto Central e Planalto Meridional. Essa classificação tem por base a altimetria do relevo: as planícies são áreas que alcançam 200 m de altitude; os planaltos são áreas que superam essa altitude.

O professor Aziz Nacib Ab'Sáber ( 1958 ) manteve essa divisão em planaltos e planícies, porém dividiu o Planalto Brasileiro em Planalto Central, Planalto do Maranhão-Piauí, Planalto Nordestino, Planalto do Leste e Sudeste e planalto Meridional. Esses cinco planaltos foram definidos segundo critérios geomorfológicos estruturais, ou seja, foram combinadas as formas com base em sua geologia.

Nessa classificação, os planaltos são áreas em que o processo de erosão é mais intenso do que o de sedimentação e as planícies são as áreas em que vem ocorrendo o contrário.

Uma das classificações mais atuais é do ano de 1995, de autoria do geógrafo e pesquisador Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da USP ( Universidade de São Paulo). Seu estudo fundamenta-se no grande projeto Radambrasil, um levantamento feito entre os anos de 1970 e 1985. O Radambrasil tirou diversas fotos da superfície do território brasileiro, através de um sofisticado radar acoplado em um avião. Jurandyr Ross estabelece 28 unidades de relevo, que podem ser divididas em planaltos, planícies e depressões.

1. Unidades de planaltos

1.1 - Os planaltos em bacias sedimentares são limitados por depressões periféricas ou marginais e se caracterizam por seus relevos escarpados representados por frentes de cuestas (borda escarpada e reverso suave). Nessa categoria estão os planaltos da Amazônia Oriental, os planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba e os planaltos e chapadas da bacia do Paraná.

1.2 - Os planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma constituem o resultado de ciclos erosivos variados e se caracterizam por uma série de morros e serras isolados, relacionados a intrusões graníticas, derrames vulcânicos antigos e dobramentos pré-cambrianos, a exceção do planalto e chapada dos Parecis, que é do Cretáceo (mais de 65 milhões de anos). Nessa categoria, destacam-se os planaltos residuais norte-amazônicos e os planaltos residuais sul-amazônicos.

1.3 - Os planaltos em núcleos cristalinos arqueados são representados pelo planalto da Borborema e pelo planalto sul-rio-grandense. Ambos fazem parte do cinturão orogênico da faixa Atlântica.

1.4 - Planaltos em cinturões orogênicos ocorrem nas faixas de orogenia (movimento geológico de formação de montanhas) antiga e se constituem de relevos residuais apoiados em rochas geralmente metamórficas, associadas a intrusivas. Esses planaltos situam-se em áreas de estruturas dobradas que abrangem os cinturões Paraguai-Araguaia, Brasília e Atlântico. Nesses planaltos, localizam-se inúmeras serras, geralmente associadas a resíduos de estruturas intensamente dobradas e erodidas. Nessa categoria, destacam-se:

a) os planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste, associados ao cinturão do Atlântico, sobressaindo as serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço, e as fossas tectônicas como o vale do Paraíba do Sul;

b) os planaltos e serras de Goiás e Minas, que estão ligados à faixa de dobramento do cinturão de Brasília, destacando-se as serras da Canastra e Dourada, entre outras;

c) serras residuais do Alto Paraguai que fazem parte do chamado cinturão orogênico Paraguai-Araguaia, com dois setores, um ao sul e outro ao norte do Pantanal Mato-grossense, com as denominações locais de serra da Bodoquena e Província Serrana, respectivamente.

2. Unidades de depressões

As depressões brasileiras, excetuada a amazônica ocidental, caracterizam-se por terem sido originadas por processos erosivos. Essas depressões se caracterizam ainda por possuir estruturas bastante diferenciadas, conseqüência das várias fases erosivas dos períodos geológicos. Podemos enumerar as várias depressões do território brasileiro.

3. Unidades de planícies

Correspondem geneticamente às áreas predominantemente planas, decorrentes da deposição de sedimentos recentes de origem fluvial, marinha ou lacustre. Estão geralmente associadas aos depósitos quaternários, principalmente holocênicos (de 20 mil anos atrás). Nessa categoria podemos destacar a planície do rio Amazonas, onde se situa a ilha de Marajó, a do Araguaia com a ilha de Bananal, a do Guaporé, a do Pantanal do rio Paraguai ou Mato-grossense, além das planícies das lagoas dos Patos e Mirim e as várias outras pequenas planícies e tabuleiros ao longo do litoral brasileiro.